França: marcha silenciosa homenageia funcionária de escola morta por aluno de 14 anos 3695e
Mais de mil pessoas participaram na noite de sexta-feira (13), no leste da França, de uma marcha silenciosa em homenagem a uma funcionária de uma escola no nordeste da França morta a facadas na terça-feira (10), por um aluno de 14 anos. O crime que provocou uma onda de comoção e reações políticas. 2m584y
O cortejo, com cerca de 1.500 pessoas, segundo a polícia local, começou em absoluto silêncio às 18h de Paris, ao som dos sinos, atrás de duas faixas carregadas por familiares, muitos deles em lágrimas. Uma das faixas dizia: "Mélanie, seu sorriso e sua alegria de viver ficarão gravados para sempre". A marcha partiu do colégio Françoise-Dolto, onde ocorreu a tragédia, e cujos portões foram cobertos de flores pelos moradores. Para "simbolizar a alegria de viver de Mélanie", os participantes foram convidados a vestir roupas coloridas, conforme mensagem divulgada pela prefeitura no Facebook, que também pediu que não houvesse manifestações políticas. Muitos usavam camisetas brancas com o rosto sorridente da jovem de 31 anos estampado. A tragédia, que tirou a vida dessa ex-cabeleireira na pequena cidade de Nogent, região metropolitana da capital, e deixou um filho de quatro anos, abalou profundamente os meios político e educacional. Essa cidade de 3.500 habitantes, normalmente "muito tranquila", segundo a prefeitura, está abalada há quatro dias. "Ela estava no lugar errado, na hora errada. E ainda por cima (o acusado) não tem remorso. Vai para a prisão e depois vai sair", desabafou Priscilla, uma jovem que segurava um buquê de flores brancas no percurso em homenagem à Mélanie. A vítima, que havia se reconvertido como assistente de educação, trabalhava no colégio desde setembro do ano ado. "Essa marcha é nossa" e foi organizada "da forma mais próxima possível do que Mélanie teria desejado", destacou no Facebook Océane Remongin, enteada da vítima. Uma vaquinha online organizada por seus familiares arrecadou mais de € 20 mil até a tarde desta sexta-feira. Menor assassino pode pegar até 20 anos de reclusão criminal O adolescente de 14 anos, detido pelo assassinato, foi indiciado na noite de quinta-feira (12), em Dijon, a 130 km de Paris, por "assassinato de pessoa encarregada de missão de serviço público", e colocado em prisão preventiva na ala de menores de um centro de detenção. Por ser menor de idade, ele pode pegar até 20 anos de reclusão criminal. Durante o interrogatório, ele explicou que queria matar uma funcionária da escola, "qualquer uma", relatou o Ministério Público na quarta-feira, traçando o retrato perturbador de um adolescente "fascinado pela violência" e "sem referências", mas sem sinais de transtorno mental evidente. A ministra da Educação sa, Élisabeth Borne, declarou na sexta-feira, durante uma visita, que cada escola deverá implementar até o fim do ano um "protocolo de identificação e acompanhamento de situações de sofrimento psicológico entre os jovens". Reconhecendo que 50% dos cargos de médicos escolares estão vagos, ela se comprometeu a reforçar os efetivos de outros profissionais, como enfermeiros e psicólogos, destacando que isso será decidido "no âmbito das discussões orçamentárias" futuras. Manifestantes aproveitaram a ocasião para denunciar o "subfinanciamento" da Educação Nacional. Entre as medidas anunciadas por ministros e parlamentares nos últimos dias estão: proibição da venda de facas para menores, "experimentação" de detectores de metais e possíveis restrições ao o de jovens às redes sociais — embora todos tenham ressaltado que não existe uma "solução mágica". (Com informações da AFP) 2y6l73