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Rastapé rejeita título de forró universitário e conta história do sucesso 'Colo de Menina'  Foto: Ricardo Rocha/Terra

'Aquecimento Terraiá': Rastapé rejeita título de forró universitário e celebra sucesso de turnês internacionais 73403g

Grupo encerrou o programa junino nesta quinta-feira, 13, e relembrou história do hit 'Colo de Menina' 1a1si

Imagem: Ricardo Rocha/Terra
  • Redação Terra Redação Terra
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13 jun 2025 - 04h59
(atualizado às 11h58)

Luiz Gonzaga aprendeu a tocar sanfona com seu pai, Januário, ainda na infância. Mais tarde, já 'Gonzagão', apresentou ao mundo o seu filho Gonzaguinha, também picado pelo bicho da música. Essa é a tradução mais perfeita do forró: uma paixão ada por gerações. A herança forrozeira também fez parte da história de um famoso grupo do gênero, o Rastapé.  3j3i20

Já com uma longa estrada na música, o acordeonista Jorge Lunguinho decidiu fundar uma banda em 1999. Em vez de procurar músicos de fora para integrar a formação, Seu Jorge, como é conhecido, olhou para dentro de casa e encontrou em seus três meninos a sinergia perfeita: Jorge Filho, no vocal, Tico, na guitarra e Maza, na zabumba. Atualmente, o neto Pedro também faz parte. 

Com a intimidade familiar e a paixão em comum, não foi difícil escrever canções que ficariam marcadas para sempre na memória dos amantes do ritmo.

Logo no álbum de estreia, Fale Comigo, o pai e os irmãos conseguiram emplacar uma música que já virou clássico: Colo de Menina. O sucesso escreveu o nome do Rastapé na história do São João e é indispensável nos arraiás pelo Brasil até hoje. 

A banda foi a última convidada do Aquecimento Terraiá, programa apresentado por Cazé Pecini que celebrou a cultura junina ao entrevistar nomes importantes para a festa, como Falamansa, Forró das Minas e Filpo e a Feira. A conversa com o grupo foi ao ar nesta quinta-feira, 13, no Terra e no canal do portal no Youtube. 

25 anos combinando tradição e novidade l7357

A influência do forró raiz no trabalho do grupo pode ser sentida na sonoridade e até no próprio nome escolhido. 'Rastapé' nada mais é que uma forma "charmosa" de falar arrasta-pé, um estilo mais tradicional do gênero. 

Segundo Jorge Filho, o que faz o grupo ser único é a manutenção da tradição combinada com as personalidades dos integrantes. "O que a gente faz é não deixar o som evoluir muito. Misturamos a sonoridade do Rastapé com o forró raiz", define. 

Para buscar essa identidade própria, os irmãos tiveram que "beber da fonte". "É tudo o que aprendemos ouvindo Trio Nordestino, Luiz Gonzaga e tantos outros. São nossa escola, nossa base. Pegamos daí e criamos nossa própria sonoridade em cima disso", explica. 

A capa do álbum de estreia do Rastapé traduz bem essa mistura. Em um cenário colorido e moderno, os integrantes posam de calça jeans e sandálias de couro. A estética do Fale Comigo marcou para sempre a banda. 

"Lá em 1999, o nosso primeiro álbum já vem com a sonoridade diferente mas, é claro, a gente sempre põe aquela pitada de raiz. São nossas origens, o que a gente gosta de ouvir e de fazer", defende o vocalista.

Rastapé rejeita título de forró universitário e conta história do sucesso 'Colo de Menina'
Rastapé rejeita título de forró universitário e conta história do sucesso 'Colo de Menina'
Foto: Ricardo Rocha/Terra

Forró universitário, não 2jsq

Por coincidência ou destino, o grupo raiz fundado por Jorge Lunguinho surgiu em meio à efervescência das bandas de forró em festas universitárias em São Paulo, como o Falamansa. O movimento reivindicava o frescor da juventude em um estilo tão tradicional. Por isso mesmo, o Rastapé herdou o rótulo de "forró universitário". 

Para Jorge Filho, o título não é a melhor opção para traduzir o estilo da banda, mas veio como consequência do período.

"É um título que deram na época, porque foi um movimento que aconteceu lá em 1999, quando os universitários começaram a aderir à música raiz nordestina. E o movimento foi tão grande, tão maciço, que a galera intitulou de forró universitário. Era uma divulgação feita através dos universitários, das faculdades", relembra. 

O vocalista agradece ao movimento, mas rejeita o lugar do Rastapé nessa 'caixinha'.

"A gente agradece demais aquele momento aos universitários. Porém, o que a gente faz é a música raiz. O que a gente faz é a própria sonoridade do Rastapé: a mistura da música raiz com o lance urbano", rebate.

'Foi feita em 40 minutos' 5z3j1b

"E tento sair dessa rotina/ Não quero não, colo de mamãe/ Só quero colo de menina/ E pouco a pouco conquistar o teu coração". Esse é um daqueles refrãos quase impossíveis de ler sem cantar. A letra de Colo de Menina foi escrita por Jorge Filho lá em 1999 e se tornou indubitavelmente um dos clássicos do gênero. 

Rastapé rejeita título de forró universitário e conta história do sucesso 'Colo de Menina'
Rastapé rejeita título de forró universitário e conta história do sucesso 'Colo de Menina'
Foto: Ricardo Rocha/Terra

O curioso é que o sucesso estrondoso foi escrito de maneira muito rápida e despretensiosa. "Compusemos juntos naquela atmosfera que a gente estava vivendo, que é ver o nosso trabalho de repente começar a fluir, o pessoal começar a curtir junto... Uma música que foi feita em 40 minutos e cantamos aí há 25 anos", afirma. 

Depois do primeiro hit, o vocalista também compôs várias outras canções que aram a fazer parte do repertório da Rastapé, como Novo Dia. Segundo o artista, a inspiração tem origem simples: "vem da vida, do nosso cotidiano."

Como cantor e compositor, Jorge Filho celebra o prazer de ouvir as produções na boca do povo durante os shows. "A gente só canta porque o povo sempre canta com a gente (...) Para quem trabalha com forró, com certeza a saúde está garantida, porque a gente trabalha feliz", exalta. 

Até gringo dança 4r4m1b

Apesar de ser um ritmo regional, o forró fisga o coração até de quem não é brasileiro e o Rastapé sabe bem disso. Isso porque eles já realizaram turnês pelos Estados Unidos, Europa e até mesmo pela China. O destino campeão, no entanto, foi o país norte-americano

Rastapé rejeita título de forró universitário e conta história do sucesso 'Colo de Menina'
Rastapé rejeita título de forró universitário e conta história do sucesso 'Colo de Menina'
Foto: Ricardo Rocha/Terra

"Nossa primeira turnê [internacional] foi em 2002, quando o Rastapé surgiu, logo no primeiro álbum. Foi para os Estados Unidos e de lá para cá não paramos de fazer turnê lá. Inclusive, eu acho que nós somos a banda que mais faz turnê nos Estados Unidos, já estou perdendo a conta! Acho que são 14 turnês lá e esse ano já está marcada mais uma para agosto", relembra Jorge Filho. 

O país mais 'diferentão' que o grupo de forró tocou foi a China. Mesmo tão longe do Brasil, o Rastapé destaca o quão gratificante é a recepção dos chineses com o som da banda. 

"O povo chinês é muito culto, estão abertos a novas culturas. Fizemos parte do projeto lusofônico da China que traz os países que falam a língua portuguesa e nós fomos representar o Brasil. E tocar para chinês foi bom demais! Eles assistem, curtem e até tentam cantar a letra", exalta o vocalista. 

Na plateia, é claro que muitos brasileiros com saudade da terra natal marcam presença. Foi justamente a mistura dos conterrâneos com o povo chinês que surpreendeu o Rastapé e divertiu o grupo na agem pelo país. 

Rastapé rejeita título de forró universitário e conta história do sucesso 'Colo de Menina'
Rastapé rejeita título de forró universitário e conta história do sucesso 'Colo de Menina'
Foto: Ricardo Rocha/Terra

"É claro que tem brasileiro lá! Fiquei impressionado que a gente vai lá para a China, tem brasileiro e os brasileiros cantando as músicas do Rastapé. Foi uma experiência maravilhosa. A música está chegando lá", comemora.

No Aquecimento Terraiá, o apresentador Cazé Pecini conversou com convidados que fazem parte da cultura junina em quatro episódios semanais. Nas edições adas, o programa trouxe Falamansa, Forró das Minas e Filpo ea Feira.

Os episódios estão disponíveis no Terra e no canal do portal no YouTube.

*Terraiá 2025: a cobertura do Terra para as festas de São João tem patrocínio de Amazon.com.br e CAIXA e apoio de Vivo e Pringles

Fonte: Redação Terra
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